No dia 2 de abril celebra-se o Dia Mundial da Consciencialização do Autismo, data declarada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 18 de dezembro de 2007, com o intuito de alertar e sensibilizar a sociedade para esta condição servindo, de igual modo, o objetivo de contribuir para a redução da discriminação e do preconceito associados às pessoas com esta perturbação.
Etimologicamente, a palavra “autismo” deriva de Autos (Eu/Próprio) e Ismo (estado ou orientação). Assim como o próprio nome indica, uma pessoa com autismo é uma pessoa que vive no seu próprio mundo, é um individuo que vive “focado em si”.
Trata-se de uma perturbação do neurodesenvolvimento que atinge cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo. O fenótipo dos indivíduos dentro do espectro do autismo pode variar bastante, desde um quadro leve que reflete total autonomia e funcionalidade a um quadro mais grave, no qual se verifica necessidade de acompanhamento na maior parte das atividades da vida diária.
Apesar de poder assumir diferentes manifestações, caracteriza-se principalmente pela dificuldade verificada ao nível da comunicação e interação social, bem como por alterações do comportamento, essencialmente descritas por interesses repetitivos ou restritos.
Não existe uma idade específica para o seu aparecimento; no entanto, na maior parte dos casos, surge antes dos 3 anos. Os principais sinais de alerta são detetados precocemente pelos pais através da constatação de dificuldades ao nível da interação e também pelo frequente atraso ao nível do desenvolvimento da linguagem. Para além destes sinais mais comuns, a falta de desejo de estar perto do outro, o isolamento, a incapacidade em estabelecer contacto visual/contacto visual pobre, o facto de não sorrir em resposta a uma interação/solicitação do outro e o não apontar podem ser alguns indícios a ter em conta.
Apesar de as causas do autismo não serem totalmente conhecidas, acredita-se que envolvam aspetos genéticos e ambientais (multifatorial). No entanto, torna-se essencial o diagnóstico e a intervenção o mais precocemente possível para que sejam maximizados os benefícios da intervenção e para que haja uma maior probabilidade de evolução positiva.
Bibliografia:
Disponível em: https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/10711/7/tese.pdf (último acesso a 2020-04-02)
Disponível em: https://autismoerealidade.org.br/o-que-e-o-autismo/marcos-historicos/ (último acesso a 2020-04-02)
Lima, Cláudia B. (2012). Perturbações do espetro do autismo: manual prático de intervenção. Lisboa.