À semelhança do casamento, o divórcio tem uma explicação única para cada casal que se separa. Normalmente, a situação de divórcio é mais prevalente em casais que se uniram na adolescência ou entre indivíduos de diferentes níveis socioecónomicos e culturais. A paternidade é outro hipotético gerador de tensão no casal, passando o parceiro a sentir menos prazer com o outro, após o nascimento dos filhos, bem como, as doenças das crianças também podem ser motivo de “conflito” .
Quando os pais se decidem pela separação, após pensarem bem e considerarem todas as alternativas, quando previamente analisam todas as consequências psicológicas, sociais e económicas para todos os envolvidos, quando acertam em manter um bom relacionamento entre pais e filhos, então é provável que as crianças não venham a sofrer interferência no desenvolvimento ou desgaste psicológico duradouro.
Por outro lado, se o divórcio for realizado de modo a humilhar ou enraivecer um dos parceiros, se o ressentimento e a infelicidade dominarem o relacionamento pós-divórcio, ou se as crianças forem mal amparadas ou informadas, se forem usadas como aliadas, alvo de disputa ou vistas como extensões dos adultos…se o relacionamento da criança com um ou ambos os pais for empobrecido e perturbado e se a criança se sentir rejeitada, o desfecho mais provável para as crianças será a interferência no seu desenvolvimento, a depressão ou ambos.
No processo de divórcio a criança vê-se ainda numa espécie de depressão pós-divórcio, pois se para os pais o assunto fica resolvido, a criança tem de adaptar-se a uma nova realidade que comporta não ver os pais na mesma casa, como antes acontecia. Agora, eles vivem em casas diferentes, com regras e disponibilidades diferentes.
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Referências Bibliográficas:
Torres, Amélia Cardoso (1996), Divórcio em Portugal – Ditos e Interditos, Edições Celta, Oeiras
Costa, Maria Emília (1994) “Divórcio, Monoparentalidade e Recasamento – Intervenção Psicológica em Transições Familiares” – 1 Edição, Edições ASA- Instituto para o Desenvolvimento Humano”
P. Osterrith (1967), “L’ enfant et sa famille”, Ed. Sacrabée